quarta-feira, 4 de junho de 2014

Polônia

  Não sei se desliguei e não lembro, ou se realmente não tocou, mas é muito estranho a ideia de nenhum dos 5 despertadores ter tocado, então fico com a primeira opção.
  Na teoria eu acordaria as 5 hrs pra tomar um banho e realmente acordar, tomar café, e fazer tudo com calma para sairmos as 6 hrs de casa. Só que em vez de 5 hrs, eu acordei as 5:53 hrs com a Natalie batendo na porta do meu quarto e dizendo que faltavam 5 pras 6. Levantei no susto correndo enquanto me vestia, enfiei tudo que ainda estava pra fora na mala, fechei e desci. 6 horas em ponto estávamos no carro! O que o desespero não faz?? hahaha Nem no banheiro eu passei, como tinha tudo que precisava na mala, deixei pra fazer isso no aeroporto. Estava crente que dormiria no avião, mas não foi bem como eu imaginei... não consegui pregar o olho. Só dei umas cochiladas, o que pareceu ser suficiente.
   A primeira coisa que fiz quando cheguei lá foi trocar meu dinheiro, porque lá eles usam o Zloty, e quando fui, a conversão tava praticamente de 1 pra 4. Peguei um mapa da cidade e me informei aonde pegar o ônibus pro centro. Também tem a opção de ir de trem, que é mais rápido, mas também é 4 vezes o valor do ônibus.
   O meu primeiro problema surgiu quando fui comprar o ticket do ônibus. Ok, já estou acostumada com essas máquinas, e também pra me ajudar tinhas entre as opções de idiomas o alemão e o espanhol, mas na hora de pagar, a máquina cuspiu meu dinheiro de volta e eu estava sem dinheiro trocado porque tinha acabado de trocar o money. Pra minha sorte apareceu um grupo, e o cara que foi comprar os tickets falava alemão! *-----* Depois dele ter visto o meu fracasso disse que passava no cartão junto com os que ele ia comprar. Quando entramos no ônibus eu dei uma nota de 10 pro cara, e algum tempo depois ele me devolveu dizendo que não tinham troco, e que então ficaria como presente :)
   O ônibus me levou até a estação principal de trem, e como o meu hostel ficava há apenas 10 minutos de lá, decidi que iria a pé mesmo. Perguntei pra uma dupla de policiais pra que lado que ficava a rua e segui. Teria que atravessas o shopping, então aproveitei pra dar uma olhada nas lojas.
   Parei pra olhar o mapa e tentar me encontrar e logo em seguida apareceu uma simpática polonesa me oferecendo ajuda. Mostrei o endereço do hostel e ela disse que eu tinha que pegar um ônibus e descer em duas paradas. Só que como eu sabia que era perto, não ia gastar dinheiro com ônibus, então lembrei do GPS do meu celular, digitei o endereço e cheguei lá sem nenhum problema. É a melhor coisa pra se fazer nessas viagens, ainda mais porque fora da Alemanha eu só pago 2,90€ por dia.
   Eu adorei o hostel! São poucos quartos, eles não tem chave, mas fica literalmente cada um na sua. No meu quarto tinham 9 camas, 3 triliches, e eu fiquei na cama do meio. Arrumei minhas coisas e deitei um pouco enquanto meu celular carregava. Falei com meus pais, avisei a Natalie que estava viva, e logo saí.


Praça do Mercado
   Eu sabia que a Praça do Mercado (Rynek Glówny) era pertinho, mas não tinha ideia de para onde seguir, pra facilitar a minha vida liguei o GPS de novo, e tive que seguir apenas uma linha reta pra chegar lá, mas depois disso não precisei mais dele. Ela é a maior e mais bonita praça de Cracóvia, e também uma das maiores praças medievais da Europa, tem 40.000 m². Podemos encontrar nela a Loja de Tecidos (que é o centro comercial da praça, onde se encontram milhares de tendas com produtos típicos e souvenirs), a Torre da antiga Câmera Municipal, a Igreja de São Adalberto, o Monumento ao poeta Adam Mickiewicz, e a Basílica de Santa Maria. A Basílica de Santa Maria tem uma torre Romântica e uma Gótica, e a cada hora, é tocada a melodia "hejnal" e ela acaba bruscamente antes de chegar ao final para homenagear a morte de um trompetista que foi atingido por uma flecha Tártara ao tocar a melodia para avisar sobre o ataque.

Basílica de Santa Maria
   Comprei um pequeno guia da cidade em português, que foi bastante útil. Segui caminhando pela rua Grodzka e passei pela Igreja de Santa Bárbara, Basílica de Santa Trindade, Basílica dos Santos Pedro e Paulo, Igreja de Santo Andrés, e enfim cheguei no Castelo de Wawel. A minha amiga polonesa tinha dito que a visita ao castelo era demorada, cheguei lá por volta das 18hs, mas achei melhor não entrar, eu não teria tempo, e já iria fechar. Fiquei por algum tempo parada observando a vista da cidade e do Rio Vístula e então resolvi fazer umas fotos. Logo em seguida fui até a famosa estátua de dragão que cospe fogo, ainda estava um pouco claro, então me sentei em um banco e esperei escurecer. Foi quando eu consegui tirar uma foto bacana com o dragão e o fogo.


estátua do dragão que cospe fogo
   Eu tinha andado o dia inteiro, mal tinha dormido na noite anterior e estava realmente acabada. A fome já estava batendo e então, antes de voltar pro hostel entrei em um restaurante pra experimentar a comida polonesa. A garçonete que me atendeu era bastante simpática e se esforçou pra falar em alemão comigo e a gente poder se comunicar. Comi Kotlet Schabowy, que é costela de porco com fatias de batata frita e chucrute. Delicioso! 


  
   No segundo dia fui pra Mina de Sal em Wieliczka. A princípio eu ia pagar uma excursão em que o bus pegava as pessoas nos hotéis, inclusive tinha falado com a mulher da recepção no dia anterior. Quando fiquei pronta fui pra recepção e a mulher era outra, falei com ela e não teria excursão em espanhol e nem em alemão para aquele dia, mas ela disse que as 11hs era a visita guiada em espanhol, e que se eu saísse naquela hora conseguia chegar. Anotou em um papel pra mim as indicações, e lá fui eu. 
   A cidade Wieliczka está a 15km de Cracóvia. Essa visita é bastante popular, e o destino está incluído na lista da Unesco de Patrimônios da Humanidade. O ponto do ônibus que eu teria que pegar ficava pertinho. Quando finalmente consegui um lugar pra sentar, parei pra ler o papel e ver aonde eu teria que descer, mas a mulher só tinha escrito Wieliczka, e quando eu olhei os nomes das estações, vi que tinha 3 opções de estação pra descer... então resolvi perguntar pro cara que estava sentado do meu lado, e bom... ele estava indo pra lá também, melhor ainda, ele era guia de lá, ou melhor, seria o meu guia, porque era o guia de espanhol! Acompanhei ele até chegarmos lá e então fui comprar o meu ingresso. Depois disso acho que ainda esperei uns 15 minutos até dar o meu horário. O bom é que só tinha eu e mais um casal, então foi beeem tranquilo.


   
   Vale MUITO a pena ir até lá, é tudo muito incrível! No começo não pode tirar fotos, a gente vai andando pelos corredores da mina, e o guia falando, e então quando chegamos em determinado ponto, quem quiser tirar fotos tem que pagar. Isso mesmo! 10 Zloty ou 3€ pelo adesivo dizendo que você tem a autorização pra tirar fotos e filmar. E é claro que vale a pena comprar essa autorização! 


    

   A visita dura em torno de 2 horas e no final ainda tem aquelas famosas lojas de souvenirs, e vendem postais, sabonetes, chocolate, esculturas... tudo com alguma coisa de sal. Muito legal!
   Quando voltei pra Cracóvia, por volta das 16hrs, resolvi ir até Kazimierz, o bairro judeu que foi criado no final do século 15 e que no início da Segunda Guerra Mundial abrigou 70 mil judeus que foram transferidos para o outro lado do Rio Vístula pelos nazistas, e confinados em um gueto até que fossem levados para os campos de concentração e extermínio. 


Sinagoga Velha
   Peguei o meu guia, e com a ajuda do GPS fui caminhando até chegar na Sinagoga Velha, a mais antiga da Polônia, que cá entre nós foi a única coisa que eu realmente consegui ver por lá. Quando fui entrando no bairro os ares e aparência já foram mudando, mas mesmo assim continuei andando. Aquela região não era tão horrível, tinham umas paredes/prédios acabados, estava bastante vazia, etc etc, mas eu já tinha visto coisa pior. Só que passei a não me sentir muito confortável por lá, não sei se a energia estava pesada, ou algo do tipo, mas a sensação começou a piorar e então achei que era hora de ir embora. Fui caminhando em sentido contrário, mas não sabia mais exatamente o caminho da ida, porque tinha ido com o GPS. Então fui andando e seguindo o fluxo, vendo aonde tinha movimento de pessoas, etc, e quando vi estava na rua principal do bairro, onde tinha a ligação com a cidade velha.
   A fome já estava batendo e então parei pra comer uma panqueca com molho goulash. Sentei na praça pra comer e quando terminei, resolvi dar mais uma volta antes de ir pro hostel, porque meu voo de volta já era na manhã do dia seguinte. Aquela noite estava fria, acho que estava uns 3 graus, e mesmo assim acabei comprando um Milk Shake que por sinal estava delicioso! Segui caminhando até o Rio Vístula, onde parei pra tirar umas fotos norturnas. Já eram umas 20:10 quando resolvi caminhar de volta. Passei num mercado pra comprar algo pro meu café da manhã e segui pro hostel. 


Rio Vístula
   No dia de ir embora deu tudo certo e eu não perdi a hora :) Saí bem cedo, caminhei até a estação de trem, peguei o ônibus cheguei no aeroporto uns 40 minutos depois. Quando cheguei em Basel peguei um ônibus do aeroporto até Basel SBB e então um trem pra Rheinfelden Schweiz, a Natalie me pegou na estação de trem :)


Lojinhas no Mercado de Tecidos

estátua viva do trompetista que morreu

Praça do Mercado

Basílica dos Santos Pedro e Paulo

caminho do monte Wawel

Mina de Sal Wieliczka 

lustre de sal

Kazimierz

Kazimierz

Kazimierz

Monte Wawel

Para mais informações sobre a Mina de Sal Wieliczka, clique aqui e acesse meu blog de viagens!

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